A Organização Mundial de Saúde [1]
projectou que 2,3 milhões de indivíduos acima dos 15 anos de idade terão excesso
ponderal e 700 milhões serão obesos em 2015. A prevalência do excesso ponderal e
obesidade entre crianças e adolescentes também aumentou drasticamente com uma
prevalência global de 10% para ambos os géneros, cerca de 155 milhões de
crianças e adolescentes têm excesso ponderal e 30-45 milhões são obesos [2]. Em
Portugal a prevalência de excesso ponderal é de 22,6% e a prevalência de
obesidade de 7,8%, pelo que 30,4% dos adolescentes em Portugal apresentam
excesso de peso [3].
A obesidade é definida como uma
excessiva deposição de gordura corporal total, medida pela sua percentagem
corporal [4]. Existe, no entanto, consenso generalizado da definição de excesso
ponderal e obesidade em crianças e adolescentes baseados no índice de massa corporal
(IMC) [5-7]. Segundo Cole, define-se excesso ponderal percentil de IMC igual
ou superior a 85 e inferior a 95 e para obesidade percentil igual ou superior a
95 [6]. O IMC após o nascimento caracteriza-se por um aumento muito rápido
durante o primeiro ano de vida, (aproximadamente 5 Kg/m2), posteriormente entre
os 4-8 anos ocorre uma diminuição até atingir os 15kg/m2. Depois dos 8 anos até
á fase adulta, existe um aumento para os 20-25 kg/m2 [8]. Esta segunda fase de
crescimento denomina-se de ‘’adiposity rebound’’ (aumento do tecido adiposo).
Um aumento do IMC durante a primeira infância (antes dos 5 anos), poderá
aumentar os riscos de obesidade durante a fase adulta [9].
REFERÊNCIAS
1. WHO. Obesity and overweight. In Fact sheet Nº311. 2006.
2. Lobstein T, Baur L, Uauy R et al. Obesity in children and young people: a crisis in public health. Obes Rev. 2004 May;5 Suppl 1:4-104.
3. Ferreira JF. Prevalência de Obesidade Infanto-Juvenil: Associação com os hábitos alimentares, actividade física e comportamentos sedentários dos adolescentes escolarizados de Portugal Continental [Dissertação para o grau de Doutoramento]. Lisboa: Universidade Nova de Lisboa - Escola Nacional De Saúde Pública; 2010
4. Garrow, JS, James WPT. Human Nutrition and Dietetics, 10th. Churchil Livingstone (pp.527-545). London. 2000
5. WHO. Physical status: the use and interpretation of anthropometry. Report of a WHO Expert Committee, 854, 452, Geneve.1995
6. Cole TJ, Belizzi MC, Flegal KM, et al.. Establishing a standard definition for child overweight and obesity: international survey. BMJ. 2000 May;320(7244):1240-3.
7. Poskitt EME, Body mass index and childhood obesity: are we nearing a solution? Acta Pædiatrica, Acta Paediatr. 2000 May;89(5):507- 509.
8. Freedman DS, Kettel KL, Serdula MK, et al. BMI rebound, childhood height and obesity among adults: the Bogalusa Heart Study. Int J Obes Relat Metab Disord. 2001 Apr;25(4):543-9
9. Rolland MF, Deheeger M, Bellisle F, et al. Adiposity rebound in children: a simple indicator for predicting obesity. Am J Clin Nutr. 1984 Jan;39(1):129-35.
Sem comentários:
Enviar um comentário